Ser aposentado significa que você não precisa mais de um emprego para pagar as suas contas. E isso também significa que se você quiser desempenhar alguma função que gere uma renda extra você pode! Você pode trabalhar se quiser, você só não precisa mais trabalhar quando não quer.
Essa é a mágica da independência financeira. É claro que somos seres produtivos e que precisamos de um propósito para continuarmos (e nos sentirmos) vivos. Enquanto consumo não traz felicidade duradoura, dizem que propósito é sim sinônimo de felicidade. O problema é que boa parte da sociedade está tão obcecada no salário no fim do mês que perdeu a conexão com o propósito. E convenhamos que tem muito emprego burocrático por aí que é de sugar a alma de qualquer um.
E essa é a maravilha do movimento FIRE. Você não precisa parar de trabalhar só porque não depende mais de um emprego para pagar as contas no fim do mês. Quando você é FIRE você pode se dar ao luxo de desempenhar funções que você gostaria, mesmo que você receba pouco dinheiro ou nada por isso. Essa é a melhor definição de luxo na minha ótima: ter tempo livre e contas pagas no final do mês.
Enquanto a Aposentada está focada no serviço de consultoria dela (que já gera uma renda extra) e nesse blog (que ainda não gera uma fonte de renda), eu decidi pedir ajuda ao meu marido. Ele também se aposentou na casa dos 30 anos de idade e hoje tem diversas novas fontes de renda. Sim, fontes no plural, o que eu acho muito interessante. A experiência dele tem sido tão rica de detalhes que gerou esse post bem completo. Espero que sirva de inspiração para vários aposentados e futuros aposentados por aí.
Trabalho voluntário que virou remunerado
Em 2022 o Aposentado fez um trabalho voluntário em uma área que ele não tinha formação formal, mas que ele tinha muito interesse. Durante o sabático, ele leu muitos livros sobre o tema. O que a gente faz no nosso tempo livre diz muito sobre nós, então ficou claro que esse era um assunto que ele gostaria de se dedicar um dia.
Sem formação e sem experiência, a única oportunidade que surgiu para ele foi um trabalho voluntário. Ele topou e entrou de cabeça na função. O fato dele topar trabalhar sem remuneração sinalizou aos profissionais da área o quanto ele estava interessado em trabalhar com o tema. Ao mesmo tempo, não ter um cargo remunerado deu flexibilidade para ele trabalhar de forma remota, nos horários dele e sem aquela baboseira do mercado corporativo. A vida dele passou longe de um episódio típico do The Office.
Ele aprendeu a função na prática e fez um bom networking. Se ele quisesse exigir uma remuneração, ele com certeza não conseguiria essa vaga por falta de um diploma na área. Entre gastar uma grana em um curso de pós-graduação ou aprender na prática, ele optou pela segunda opção e o resultado foi surpreendente. Depois de 6 meses na função, ele recebeu uma proposta de trabalho remunerado.
E aí a mágica aconteceu. O Aposentado não quer voltar à rotina que ele tinha. Ele quer flexibilidade de horários e trabalhar de onde quiser. Nós temos planos de viajar por 3 meses esse ano e ele não quis abrir mão disso. Mas ele desenvolveu uma relação de confiança tão grande com o chefe, que ele aceitou todas essas condições. O Aposentado não negociou salário, ele negociou liberdade. E conseguiu.
O trabalho voluntário foi um pedágio importante a se pagar. O Aposentado já tinha tentado uma outra vaga no terceiro setor com as condições de jornada flexível e possibilidade de trabalho à distância. Mas o entrevistador dessa outra vaga ainda não o conhecia. E é muito difícil propor uma relação de confiança logo de cara com alguém que você não conhece. Então a ONG optou por outra pessoa que estava disposta a dar 100% do seu tempo à vaga.
Com essa história o Aposentado provou muitas coisas que eu já tinha lido em muitos blogs: trabalho voluntário abre portas, é possível mudar de carreira e a vida FIRE te permite negociar condições melhores.
Empreendendo com construção civil
Nos últimos anos o Aposentado decidiu abrir uma empresa de construção civil com os amigos. Ele não é engenheiro de formação, mas tinha vontade de se aventurar nessa área.
Do ponto de vista financeiro, não foi um custo de oportunidade atraente. Até agora não houve prejuízo, mas o dinheiro teria rendido mais investido em ativos financeiros.
Mas do ponto de vista pessoal e profissional, foi uma experiência importante. Ele entendeu de vez porque o país tem um péssimo ambiente de negócios. E agora ele tem mais experiência para empreender.
Além disso, ele desenvolveu novas habilidades, que inclusive ajudaram na reforma do nosso Studio. Nós fizemos tudo sozinhos. Colocamos os pisos, pintamos paredes, mudamos tomadas de lugar. Mas o Aposentado foi além e se aventurou na marcenaria. Alguns dos nossos móveis foi ele quem desenhou, cortou as madeiras e montou. Tudo sozinho. O trabalho ficou ótimo e eu sinto muito orgulho dos móveis que ele fez. Dizem que trabalhos manuais são uma fonte de prazer e o processo foi muito empolgante para ele.
A empresa de construção civil começou antes dele se declarar FIRE e alguns dos imóveis ainda não foram vendidos, então uma parcela do seu patrimônio está presa nessa empresa. Com certeza foi um investimento arriscado, mas que condiz com o perfil dele. Eu sou mais conservadora que ele e prefiro evitar esse tipo de risco, então vale avaliar o seu perfil antes de arriscar.
Mesmo tendo uma parte do capital alocado nesse empreendimento, o Aposentado não quis esperar vender todas as casas antes de se declarar FIRE. Primeiro porque a probabilidade de perder todo o dinheiro investido era baixa. Ele só teve que contornar esse retorno abaixo do esperado, o que vai ser compensado em poucos meses com a nova fonte de renda.
Mas como eu gosto de dizer, o segredo da vida FIRE está nos gastos. A gente aprendeu a viver bem gastando pouco dinheiro. Então mesmo que ele precisasse de algum ajuste por parte dos gastos, isso não seria um grande sacrifício para nós.
O Aposentado pensa em continuar empreendendo nesse ramo agora que tem mais tempo para se dedicar a empresa e, principalmente, porque ele já pagou uma parte do custo da curva de aprendizagem. O único empecilho é a restrição financeira. Antes ele podia arriscar mais o dinheiro enquanto estava empregado. No limite, ele postergaria a data da aposentadoria. Agora o risco seria ter que voltar a trabalhar no mesmo ritmo de antes para pagar as contas, o que está longe dos nossos planos. Então ainda não é óbvio que a empresa vai continuar, mas ele está avaliando.
O saldo final foi positivo porque ele pode desempenhar mais uma atividade que ele tinha vontade e se sentir como dono de um negócio pela primeira vez na vida. Para quem sempre foi funcionário, foi uma perspectiva que trouxe muita riqueza para a vida dele.
Renda extra como síndico do prédio
Tem gente que pensa que comprar um apartamento significa não ter que pagar mais para morar. Muita gente prefere comprar a alugar justamente por conta dessa sensação de que pelo menos sua moradia está garantida. Mas se você mora em algum tipo de condomínio, isso está longe de ser verdade. Se não pagar a taxa de condomínio, você pode perder o imóvel.
Uma boa alternativa para não pagar a taxa de condomínio é virar síndico do prédio. E foi o que o Aposentado fez. E como o valor do condomínio do prédio era muito baixo, a convenção determinou que o síndico receberia um salário equivalente a 2 salários mínimos. Isso paga o condomínio e ainda sobra uma renda extra.
O motivo para essa convenção é simples: ser síndico dá sim algum trabalho. Não é uma fonte de renda passiva. E não é exatamente um trabalho com muito propósito como as duas alternativas anteriores. Mas ainda assim é uma fonte de renda valiosa que a maioria das pessoas parecem ignorar por medo da quantidade de trabalho.
A demanda de trabalho vai depender muito da estrutura do prédio. Se o prédio já tem uma estrutura de funcionários rodando bem, e com um zelador ponta firme, aí o trabalho costuma ser bem tranquilo. Se você confiar no zelador, pode delegar boa parte da sua responsabilidade para ele. Você só precisará fazer a manutenção e talvez algum trabalho de contratação. O trabalho mais administrativo e burocrático fica com a administradora.
No caso do Aposentado, o zelador é excelente, bem como todo o quadro de funcionários. E ele também conta com um subsíndico que confia. Para ele sobra apenas a parte financeira.
É claro que você precisará lidar também com os moradores, além dos funcionários. E aqui a dica é adotar uma postura firme desde o começo. No dia da eleição, o Aposentado disse que não estaria 24h disponível para ninguém, que a meta principal dele era fazer uma boa gestão financeira e manutenção do prédio. Ele foi eleito com esse discurso então o recado está dado. É claro que já tiveram problemas com os moradores em que houve necessidade de intervenção do síndico. Mas isso é raro. Em geral os vizinhos são razoáveis e resolvem os problemas entre eles.
A principal aptidão de síndico é ser um bom gestor de pessoas. O Aposentado é do tipo de perfil tranquilo que dificilmente perde o sono por preocupação. E ele é um ótimo conciliador. Você também não pode ser do tipo centralizador, tem que saber delegar. Os moradores podem criticar o seu trabalho e você precisa estar aberto para isso. Na maioria das vezes eles só querem ajudar a melhorar o condomínio.
O maior risco de assumir uma função de síndico é que você vira o responsável legal pelo prédio. É possível contratar um seguro que cobre eventuais danos ao prédio, mas é claro que se o prédio pegar fogo por negligência do síndico, aí não tem seguro que cobre. Mas em geral a administradora irá te informar todos os protocolos e laudos técnicos que precisam ser avaliados de tempo em tempo para prevenção de danos maiores ao prédio. Mais uma vez: esse trabalho depende de toda uma equipe para ser executado, não só do síndico.
Outra vantagem desse trabalho é que você pode desempenhá-lo remotamente, desde que você tenha uma equipe de confiança. Você não tem chefe. Pode viajar a hora que quiser sem precisar negociar férias com os colegas. Você só precisa responder ao conselho. E ter um subsíndico para te auxiliar nesses períodos de ausência.
Renda extra: investir ou gastar?
Uma renda extra vai te trazer mais flexibilidade e tranquilidade na aposentadoria. Quando você trabalhava, você poderia compensar um imprevisto financeiro postergando a data da aposentadoria. Agora que você não tem mais essa opção, a renda extra é uma ótima aliada.
Há também um efeito psicológico importante de ver que ainda pinga alguma renda na conta além do rendimento dos seus investimentos. Não à toa tantas pessoas da comunidade FIRE gostam de fundos imobiliários por conta da renda mensal.
Mas o que fazer com essa renda extra? Investir para aumentar o patrimônio e diminuir a taxa de retirada? Ou aproveitar a renda extra para ter mais flexibilidade nos gastos e fugir um pouco do orçamento?
No caso do Aposentado, a renda extra de síndico permitiu que ele fosse ao Qatar assistir à Copa do Mundo. Pois é, só o trabalho de síndico durante um ano já teria pago essa viagem que é o sonho de muita gente. Então foi uma ótima relação custo benefício. Provavelmente sem esse salário de síndico ele não teria coragem de fazer essa viagem e estourar o orçamento da aposentadoria.
E o trabalho voluntário que virou uma posição remunerada vai ajudar a fechar as contas enquanto o investimento dele na construtora não for pago. E ele continua livre, trabalhando de forma remota e com aquilo que gosta. E definitivamente sem muita pressão. Assim que as casas da construtora, ele vai estar numa posição ainda melhor financeiramente.
À primeira vista, gastar toda a renda extra pode parecer um erro. Afinal de contas, você vai se acostumar com um padrão mais alto de gastos e vai depender dessa renda. Talvez o melhor seria investir a renda extra e usar apenas 4% dela ao ano, mantendo as contas da independência financeira. Mas a nossa experiência tem mostrado que fontes novas de renda vão surgir a todo momento, afinal de contas ainda estamos na casa dos trinta anos de idade. Somos muito jovens e não vamos deixar de produzir renda tão cedo. Então tudo bem ser um pouco mais flexível nos gastos e ir ver o Brasil conquistar o hexa.
Parece contraditório se aposentar e continuar trabalhando. Mas é um outro tipo de trabalho. Antes a gente trabalhava por dinheiro. Havia uma ânsia de juntar uma grana e ficar rico. E para isso a gente entregava boa parte do nosso tempo todos os dias da semana. Agora o foco mudou. Nós já construímos nossa riqueza então qualquer renda extra que não tome muito do nosso tempo é bem-vinda. O foco principal é ter flexibilidade. É garantir que esse plano maravilhoso da aposentadoria antecipada não escape das nossas mãos.
Respostas de 13
Oi AP30, excelente reflexão! Acho que uma boa definição de FIRE é ter capital suficiente para comprar a sua liberdade. Quando você tem liberdade total para escolher o que fazer da vida, você pode inclusive escolher trabalhar. Se mudar de ideia, é só fazer outra coisa.
Eu estou próximo ao FIRE, mas mesmo quando chegar lá, não pretendo sair do meu emprego atual, que é relativamente tranquilo. A única coisa que mudará na minha vida é que eu sei que poderei sair do emprego se e quando quiser. ;)
Isso já é maravilhoso Fernando!
Assim se o chefe mudar, o trabalho deixar de ficar tranquilo ou qualquer outra mudança, você poderá reavaliar se ainda faz sentido para você ficar. Liberdade é o conceito chave aqui!
O post fez muito sentido pra mim e eu busco a independência financeira exatamente por este motivo: escolher os trabalhos e as atividades que eu QUERO fazer.
Acho uma ilusão a ideia de se aposentar para passar a vida vendo Netflix. Para quem tem um emprego estressante isso pode parecer atrativo, mas é uma morte antes da hora, sobretudo se a pessoa for jovem. Se estiver na casa dos 30 então é uma completa loucura rs.
Muito bom ver as experiências do aposentado, nos traz ideias novas e abrem a mente.
Eu sempre lembro de um colega de trabalho que dizia que não queria ganhar na Sena porque “não queria ficar em casa coçando o saco”. Achei graça que as únicas opções que ele enxergava na vida eram essas: trabalhar na vida corporativa ou coçar o saco, rs.
Olá AP30, bom dia
Compartilho da sua opinião: “ser aposentado significa que você não precisa mais de um emprego para pagar as suas contas…”.
Acredito que essa seja um dos pontos principais, pois podemos continuar a trabalhar, mas sem a necessidade/obrigação. Eu conheci diversos colegas que trabalharam após a aposentadoria e percebia nos olhos e nas atitudes, a satisfação de empenhar 100% na realização das tarefas.
Eu pretendo me declarar FIRE nos próximos anos, mas com certeza não irei parar de trabalhar. Talvez até trabalhe mais, no entanto farei com mais prazer e dedicação.
Parabéns novamente pelas postagens e pela profundidade dos assuntos tratados.
Abraços,
Oi VAR!
Eu e o Aposentado definitivamente não estamos trabalhando mais horas por dia. Até porque as horas dedicadas na vida corporativa eram “desperdiçadas” com muita politicagem, cafézinhos, reuniões inúteis. A lista é grande!
Mas talvez a intensidade e a vontade de trabalho é maior agora. E isso nos enche de alegria! Espero que seu caminho seja assim tb!
Ap30
Bem isso. As pessoas confundem o movimento FIRE. Como vc bem descreveu, é ter liberdade!
Se vai continuar trabalhando, se vai trabalhar meio período, se vai assistir filmes e series o resto da vida, isso é problema de cada um. O importante é não estar na corrida dos ratos! Trabalhe por prazer e não por obrigação. E se quiser parar de trabalhar pode tb. afinal FIRE é FIRE!!!
Que bom que entendeu o espírito Paulo! O importante é não ficar preso por algemas de ouro tb ;)
Oi, aposentada! Que post inspirador esse, adorei. Essa via do trabalho voluntário parece bem interessante.
Outra coisa que acho possivelmente interessante para quem é FIRE é fazer um curso novo de faculdade, que pode ser pública para não implicar em novos gastos. Com uma maturidade maior e outros interesses em relação ao passado, acredito que se possa tirar bom proveito nessa empreitada. E tem cursos pra todos os gostos, como música e história da arte! E sem pressão de pensar na empregabilidade futura, rs. Tenho explorado essa ideia ( fiz o último enem).
Abs,
Oi HMPM!
Eu brinco com as minhas amigas que agora sofro do paradoxo das escolhas. São tantas novas possibilidades agora que temos nossa independência financeira e tempo, que eu fico perdida. Então decidi priorizar. Meu foco agora é a consultoria financeira e esse blog. Mas se não der certo ou eu desanimar, o plano B seria esse: voltar a estudar. Penso e Literatura e Psicologia. Duas áreas que sempre achei interessante! Quem sabe!
Abs!
Pra mim, desta vez, não fez sentido seu post. Aposentadoria é justamente se afastar de um trabalho ativo para viver (ou sobreviver).
Você diz no final do artigo que não trabalha por dinheiro, mas a busca ou “necessidade” por renda extra para realizar sonhos (ou atividades) torna contraditória essa afirmação. Talvez, para o que desejam ou querem fazer, ainda não estejam aposentados.
Não existe tanta liberdade assim quando existe a necessidade de trabalhar para fazer qualquer coisa, pensando que se não trabalhar, não conseguirá realizar o que realmente quer.
Oi Ricardo!
Acho que a confusão está na definição de trabalho. Aquele trabalho só para pagar as contas do mês não faz sentido na aposentadoria. Agora um trabalho que você faz por diversão, e mesmo que ele pague “zero” como o trabalho voluntário, é energizante. E o melhor, como você já tem independência financeira, você não precisa se preocupar com a politicagem típica de um emprego comum. Você faz o seu melhor mas tem a liberdade de não depender da renda. É maravilhoso, não?
Realmente a gente está aposentado mas ainda temos alguns desejos financeiros. E isso é ótimo. Se a gente não tivesse essa renda extra, esses desejos não seriam alimentados. Como eu já disse aqui, não acho que vivemos a vida para satisfazer nossos desejos. Mas se tivermos condições de realizar uma experiência tão única como ir a uma Copa do Mundo por conta de uma renda extra na aposentadoria, por que não? Há uma diferença entre ter que trabalhar para ir para a Copa do Mundo e ir para a Copa do Mundo porque você ganhou uma renda extra que não colocou em jogo a sua liberdade. Entende?
Mas a discussão é ótima! Não sei se você já está aposentado. Quando aposentamos, a gente cogitou levar uma vida de total liberdade e desprendimento. Mas sentimos falta de estimular nosso cérebro com atividades mais produtivas. Aí vai de perfil! Se para você a liberdade total é o mais importante, então foque nisso. Mas eu acho que para a maioria das pessoas a independência financeira significa poder realizar novas atividades e sonhos produtivos que antes você não tinha tempo ou dinheiro para desempenhar!
Muito boas colocações AA30!!