Por que o Renda+ permite aumentar a taxa segura de retirada (no momento)?

Se tem uma coisa que quem quer se aposentar cedo precisa dominar, é a famosa taxa segura de retirada.  A taxa segura de retirada é o percentual do seu patrimônio que você pode sacar anualmente sem correr o risco de ficar sem dinheiro antes do fim da vida.

A regra mais famosa é a dos 4%, que surgiu a partir do estudo Trinity, nos EUA. Ela indica que, investindo em uma carteira diversificada de ações e títulos, você poderia sacar 4% do patrimônio no primeiro ano e reajustar esse valor pela inflação nos anos seguintes, garantindo uma renda vitalícia com alta probabilidade de sucesso.

Como vocês sabem, eu gosto da regra dos 4% e usei ela para calcular o patrimônio necessário para a minha aposentadoria. E, sinceramente, acho que você também deveria usá-la como referência.  

Quando eu me aposentei, eu conseguia travar no máximo a rentabilidade da minha carteira por 25 anos. E na época, os juros no Brasil estavam bem magrinhos, e esse Tesouro mais longo pagava apenas IPCA+ 4%. Minha estratégia foi então adotar uma escadinha de CDBs, buscando uma rentabilidade um pouco maior que o Tesouro. Só que eu só conseguia comprar CDBs com vencimento de no máximo 10 anos. E se o Brasil desse certo (não deu) nos próximos anos, e eu não conseguisse reinvestir os CDBs que fossem vencendo a pelo menos IPCA + 4% para garantir a taxa segura de retirada dos 4%, eu ia ter que mudar de estratégia. 

Mas duas coisas mudaram para o meu favor: (i) o Brasil não deu certo e os juros subiram, e (ii) o Tesouro Nacional lançou o Renda+, um título que facilitou – e muito – a vida de quem quer viver de renda no Brasil. 

Uma das principais vantagens do Renda+ é que ele praticamente elimina o risco de reinvestimento durante a aposentadoria porque permite investir (no momento) até 2085. Ou seja, travar os juros altos por 60 anos.

E qual a grande vantagem disso? A grande vantagem é que você não precisa se preocupar se os juros no futuro serão menores, o que permite que você iguale a sua taxa segura de retirada ao juros real dos títulos da sua carteira.

Ficou confuso? Vamos a um exemplo prático!

Um exemplo prático: Regra dos 4% vs. Renda+

Vamos a um exemplo: imagine que você quer se aposentar com R$10 mil por mês.

– Regra dos 4%: Para garantir essa renda, você precisaria de R$3 milhões investidos. (Porque 4% de R$3 milhões = R$120 mil por ano, ou seja, R$10 mil por mês).

– Renda+: Você precisaria de muito menos – algo em torno de R$1,7 milhão, como explico a seguir.

Como calcular os títulos necessários?

Para ter uma determinada renda mensal vinda do Renda+, você precisa caluclar a quantidade de títulos necessária na sua carteira. 

A quantidade de títulos do Renda+ depende do Valor Nominal Atualizado (VNA), que hoje está em torno de R$4,5 mil. Esse valor é constantemente atualizado, então sugiro que você cheque o valor atualizado nesse link aqui. 

Como o Renda+ paga renda por 240 meses (20 anos), se você tem 240 títulos, recebe 1 VNA por mês. Logo, para R$10 mil mensais, seriam necessários 2,2 VNAs por mês, ou seja, 533 títulos.

Agora, quanto isso custa?

O Renda+ mais curto disponível hoje é o Renda+ 2030, com um valor atual de aproximadamente R$1,7 mil por título. Isso significa que, com R$906 mil (533 x R$1,7 mil), você conseguiria comprar todos os títulos necessários para receber R$10 mil mensais a partir de janeiro de 2030.

Mas essa renda se esgota em 2050, então também precisamos garantir a continuidade dos pagamentos. Para isso, entra o Renda+ 2050, que atualmente custa cerca de R$430 por título. Com um investimento adicional de R$229 mil (533 x R$430), você já garante mais 20 anos de renda, estendendo seus pagamentos até 2070.

Pode ser que você queira garantir renda por mais tempo ainda, mas o Renda+ 2070 ainda não foi lançado. Uma alternativa é reservar um valor para comprar esse título no futuro. Um bom ponto de referência é o Renda+ 2065, que hoje custa cerca de R$150 por título. Ou seja, com R$80 mil (533 x 150), você garantiria mais 20 anos de renda.

Como cobrir os anos antes de 2030?

O Renda+ só começa a pagar em 2030, mas você precisa de uma fonte de renda até lá. A solução? Uma escadinha de CDBs.

Essa estratégia consiste em investir em CDBs com vencimentos escalonados, garantindo que, a cada ano, um valor específico seja liberado para cobrir suas despesas até o início dos pagamentos do Renda+. 

A lógica por trás dessa estratégia é que quanto maior o prazo de vencimento do CDB, menor precisa ser o valor investido hoje para garantir o mesmo montante no futuro. Isso acontece porque os juros compostos fazem o dinheiro crescer ao longo do tempo.

No nosso exemplo, essa escadinha seria assim: 

  • 2025: resgata R$120 mil
  • 2026: resgata R$112 mil
  • 2027: resgata R$104 mil
  • 2028: resgata R$98 mil
  • 2029: resgata R$92 mil

Ao investir em CDBs que pagam pelo menos IPCA + 7%, você garante que o dinheiro aplicado hoje cresça com a inflação e gere a renda necessária para os primeiros cinco anos da aposentadoria, sem precisar vender outros ativos ou correr riscos desnecessários.

O custo total da estratégia Renda+

Somando tudo:

  • R$526 mil para a escadinha de CDBs
  • R$906 mil no Renda+ 2030
  • R$229 mil no Renda+ 2050
  • R$80 mil de reserva para o Renda+ 2070

Total: cerca de R$1,7 milhão

Ou seja, em vez de precisar de R$3 milhões, como na regra dos 4%, dá para se aposentar com R$1,7 milhão – quase metade do valor!

Com esse plano, você garante uma renda de R$120 mil por ano por cerca de 65 anos.

Na prática, isso significa uma taxa de retirada de 7,0% ao ano, bem acima dos 4% tradicionais – e sem correr o risco de ficar sem dinheiro antes da hora

Não é mágica: a taxa segura de retirada do Renda+ é muito próxima do juros real

Como o exemplo acima deixou claro, a taxa segura de retirada se aproxima do juros real dos títulos contratados. 

Por que isso acontece? Porque com o Renda+ não há risco de sequência de retornos. 

A regra dos 4% foi criada com base no estudo Trinity, que analisou carteiras de investimentos em ações e títulos públicos nos EUA. Ela assume que o investidor manterá o dinheiro investido e sacará um percentual fixo ao longo de 30 anos, ajustado pela inflação.

O problema dessa abordagem é que os retornos do mercado não são lineares. Em alguns anos, a bolsa pode subir muito; em outros, pode cair de forma brusca. Se você precisar sacar dinheiro justamente em um período de baixa, pode acabar vendendo ativos desvalorizados, reduzindo sua capacidade de recuperação e esgotando sua reserva antes do esperado. Esse fenômeno é conhecido como risco da sequência de retornos.

E é por isso que nos últimos 100 anos o S&P teve um retorno real médio acima de 7% ao ano, mas a taxa segura de retirada é de apenas 4%. Essa retirada menor que os juros reais serve para dar conta dos momentos em que a sequência de retornos é negativa. 

Mas como o Renda+ é um investimento de renda fixa e previsível, você elimina esse risco. Você sabe exatamente quanto vai receber, sem depender do sobe e desce da bolsa, o que permite uma taxa de retirada maior sem comprometer sua segurança financeira. Isso, claro, desde que você segure os títulos até o vencimento. 

Rentabilidade real mais alta = taxa segura de retirada mais alta

Todas as contas do exemplo foram feitas com os preços e rentabilidades de hoje, quando o Renda+ está pagando algo em torno de IPCA + 7% ao ano. No futuro, esses números vão mudar – para melhor ou para pior. Se você pretende seguir essa estratégia, precisa acompanhar qual a rentabilidade real média da sua carteira para calcular a sua taxa segura de retirada. Mas isso não é tão difícil de fazer como parece. 

Os títulos do Tesouro Direto sofrem a famosa marcação a mercado, e embora isso dê uma sensação ruim quando os juros sobem, você também pode ver por outro lado: parece que você tem menos dinheiro, mas esse dinheiro agora vai render mais no futuro. 

Por exemplo, se você comprou R$100mil a IPCA + 6% e agora tem R$90mil, a verdade é que agora você tem R$90mil rendendo a IPCA +7%. Então se antes a sua taxa segura de retirada era 6%, agora ela é 7%. 

Mas isso fica ainda mais prático de acompanhar com o Renda+ porque quando você faz o login pelo site do Tesouro Direto, e clica no item “Aposentadoria” ele já traz o valor da renda mensal conquistada, que é sempre atualizado pela inflação. Então você pode dar adeus ao conceito de taxa segura de retirada, e só curtir a renda mensal. 

Mas isso significa que você deve abandonar a regra dos 4%? Não! Ela ainda é útil. 

Se você já tem todo o patrimônio necessário para aposentadoria, e pode alocar tudo que precisa no Renda+ hoje, então sim, você pode adotar uma taxa segura de mais alta no momento. 

Mas se você ainda está na fase de acumulação de capital, pode ser que as taxas caiam ao longo da sua jornada. E isso é bem provável que ocorra. Então a regra dos 4% traz um número conservador para que você não desanime no meio do caminho se os juros caírem. 

A regra dos 4% continua sendo uma referência valiosa para planejar a aposentadoria, mas o Renda+ trouxe uma alternativa que pode reduzir o patrimônio necessário e aumentar a previsibilidade da renda. A grande sacada aqui é que, ao eliminar o risco da sequência de retornos, você consegue travar uma taxa segura de retirada maior quando os juros reais dos títulos públicos estiverem mais elevados – como agora!

Se antes a ideia era acumular um grande patrimônio e torcer para que os investimentos performassem bem ao longo das décadas, agora existe a possibilidade de construir uma estratégia mais eficiente e segura. No fim das contas, o mais importante é entender que aposentadoria antecipada não é só sobre acumular dinheiro, mas sim sobre garantir uma renda sustentável que permita viver com tranquilidade. E, felizmente, hoje temos mais opções para isso do que nunca.

Respostas de 25

  1. Achei muito bons tanto o texto da autora quanto os comentários que levantaram pontos de atenção.
    “No Brasil até o passado é incerto”, uma frase atribuída a um ex-ministro da fazenda. O que podemos dizer então do futuro?
    Eu acho extremamente simplório acreditar que o governo vai honrar com tudo isso daqui a 40 anos. E se entrar um cara tipo Trump e baixar um decreto que o renda+ não existe mais e o valor será devolvido sem correção monetária? Não precisa ser um cara de direita, pode ser de esquerda, de centro…
    Pra mim, e como a própria aposentada sempre disse, pelo menos nos textos anteriores, não sei se ela mudou de idéia agora, é que devemos diversificar. Eu acho que até se poderia deixar uma parcela da aposentadoria pretendida no renda+, por ex para assegurar 2 mil ou 3 mil ( e não todos os 10 mil); os outros 7 mil ou 8 mil seriam garantidos com ações, fiis, rendimentos de alugueis (acho essencial ter imóvel próprio, e se possível imóvel comercial…).
    Ótimo texto e discussão para pensarmos fora da caixa..

    1. Já até imaginei o argumento, pode ter um jumento como o atual na presidencia, aí o país vai estar com risco fiscal como sempre teve, então o Jumento vai dizer as 20,30h antes do jornal nacional: “o ibge fez um levantamento, cruzando os cpfs com as declarações de imposto de renda e verificou que 89% dos investidores em Renda + são classe A e B. Vamos confiscar esses valores e redistribuir para os pobres criando o “bolsa ovo de pascoa”.
      Já pensou aposentada? tendo que fazer consultoria aos 79 anos de novo? kkkk! Brincadeira hein moça…

  2. Gostaria de contribuir para o debate trazendo uma perspectiva diferente.

    Quando o Tesouro Renda+ foi lançado, ele me pareceu um título interessante no primeiro momento, principalmente por permitir eliminar o risco de reinvestimento, como dito no post. Entretanto analisando incertezas sobre o futuro e até possíveis mudanças nos objetivos pessoas (nunca sabemos, né), não me pareceu tão bom assim.

    Por exemplo, se na aposentadoria o investidor pode decidir ir embora do Brasil? Nesse caso, ele não teria acesso a todo o montante se tivesse na fase de recebimento do Renda+.
    Travar o dinheiro por um período tão longo sendo jovem pode te engessar, pois após o vencimento do título, você só pode contar com aquelas parcelas mensais que o Tesouro pagará por 20 anos.
    Além disso, em um cenário não muito improvável onde o dólar dispare e chegue a 7, 8 reais dificilmente essa valorização será coberta integralmente por títulos públicos. Sem contar que hoje o renda+ está pagando 7% hoje, mas se no futuro o Brasil de menos certo ainda, podemos ver taxas ainda mais altas.

    Entendo que toda a estratégia trás riscos, mas eu ainda acredito que ter a flexibilidade de poder realocar seus investimentos a depender do cenário econômico ainda é mais prudente.

    1. Exatamente.
      O que discuto abaixo não é a teoria, mas o histórico do Brasil.
      Mais fácil acreditar numa cenário de inflação acima da meta e câmbio aumentando (ambos a longo prazo), do que o contrário.
      Ficar 20 anos “travado” em algo no Brasil não é mais arriscado que vários de 5 anos, podendo pegar diferentes taxas?
      Não torço por cenário apocalíptico algum. Muito pelo contrário. Vejo pessoas comemorando a alta do IPCA pra receberem maiores proventos de FIIs, por exemplo. Isso não faz sentido algum. Prefiro inflação baixa e cupom baixo.

  3. Interessante, mas no seu plano, se entendi bem, vc está usando o principal tbm do Renda+ e não só os juros, isso que eleva a TSR

      1. Sim, minimiza bem o SRR, mas se vc calcular uma TSR de uma carteira considerando usar todo o principal em 20 anos como o Renda+ é feito, sua TSR será MUITO maior que 4%. Só este alerta pq parece que o Renda+ é melhor do que realmente é. Na verdade não muda em nada em relação ao IPCA+
        Bom trabalho nevertheless

  4. Quando lançado esse tipo de título, meu 1o pensamento foi exatamente que isso seria uma ótima complementação pra uma aposentadoria. MAS… aqui é Brasil e nosso histórico não perdoa.
    Na teoria e numa estabilidade mínima, o RENDA+ seria sensacional. Mas pra alguém que planejar se aposentar daqui a 20 anos e pegar um RENDA+2045 terá o risco dos 20 anos até o início do 1o pagamento + o risco dos 20 anos seguintes.
    Acaba sendo uma bela duma aposta. Sem considerarmos qualquer manipulação do IBGE sobre o IPCA, se as taxas caísses, seria maravilhoso 7% acima da inflação. Poucas vezes vimos o cupom chegar a níveis tão altos. Mas será que não estamos entrando num ciclo de inflação mínima alta mundialmente? As impressoras de dinheiro não param!
    Eu arriscaria outra estratégia. Usaria por exemplo o EDUCA+.
    EDUCA+ tem o mesmo princípio mas o prazo de pagamento são 60 meses, reduzindo consideravelmente esse risco.
    Uma pessoa poderia fazer uma escadinha de EDUCA+, começando no 2028 (IR mínimo) e ir analisando as previsões de inflação dos próximos 3 anos, mesmo que usando o boletim FOCUS, por exemplo.
    Pode ir comprando 2028, 2029, 2030… Ao começar a receber, vai reinvestindo com as melhores oportunidades do momento. Se naquele momento, por uns 6 meses, estiver valendo a pena “travar” num título pré, assim o faça. Se valer rolar pra mais EDUCA+ de prazos seguintes, ok. Se valer pegar um IPCA+ puro e dos mais curtos, assim o faça.
    Acho que, apesar de parecer mais trabalhoso, na prática não é. Aumenta as oportunidades e ao mesmo tempo te protege de um período de hiperinflação. Acho que, no caso de uma aposentadoria, o mais importante seria proteção.
    Mas, novamente: acho que a criação do RENDA+ e EDUCA+ são sensacionais, no mundo ideal. kkkk

    1. Seu comentário me pareceu contraditório, e revela uma confusão sobre os verdadeiros riscos envolvidos — principalmente ao colocar o Renda+ como “aposta”, e o Educa+ como alternativa “mais segura”, sendo que ambos carregam o mesmo risco de indexação e solvência do emissor (Tesouro Nacional), e que o risco de reinvestimento e de hiperinflação é muito maior na estratégia com títulos curtos.

  5. O plano é perfeito, mas vc em algum momento pensa que o governo pode maquiar a inflação e de repente invalidar a estratégia? Ou voltar a hiperinflação e o poder de compra encolher msm ancorado pelo ipca?
    São apenas receios.

    1. É isso, amigo. Tudo é possível. A criação do IBGE+ não é em vão. Procure informações sobre o assunto que você vai se assustar.

    2. Por isso o ideal é diversificar a carteira e não apostar tudo em Tesouro brasileiro, aliás, não se deve apostar tudo em nenhuma classe de investimento

    3. Maquiar a inflação acho difícil no Brasil porque tem outras instituições privadas que monitoram a inflação, como a FGV.
      Ia ser um tiro no pé maquiar esse dado e gerar incerteza com uma fonte tão valiosa de recursos pra o estado gastão brasileiro.

      Cenário de hiperinflação você está protegido em títulos longos ;)

      1. Mas em cenários de hiperinflação, 7% não faz diferença alguma.
        Concorda que em hiperinflação o mercado exigirá cupons ainda mais altos?
        Relembrando que o Estado precisa de financiamento. Se ele quiser pagar 7% de cupom num cenário de hiperinflação, ninguém comprará. Terá que reduzir significativamente o valor do título para vender e portanto aumentará o cupom.
        Quem carrega hoje um título IPCA+2% também está protegido. Certo? Imagina a pessoa recebendo isso por 20 anos?

        1. Maquiar dados, gerar incerteza e discordar de fontes, são todos sobrenomes de nosso país.
          Sem qualquer tipo de politização. Isso sempre aconteceu em níveis diferentes e governos diversos.
          A criatividade dos governantes está cada vez melhor.
          Eu ainda acredito no IBGE. Tanto que as previsões da ANBIMA tem sido bem próximas ao IPCA do IBGE.
          Acho a coleta dos dados do IPCA bem ampla, como a sigla diz. Acho bem difícil manipulá-lo e defendo essa teoria entre amigos que não acreditam no IBGE.
          Daí a achar impossível manipular ou mesmo de o governo se preocupar com essa credibilidade caso resolva manipular os dados… Já não boto minha mão no fogo não.

  6. Achei muito legal a estratégia e inclusive pretendo aplica-la complementando a minha estratégia original, porém só é importante ressaltar que seguindo a estratégia FIRE tradicional não há consumo total do principal, ou seja, é possível garantir quase que uma taxa perpetua de retirada dependendo de como tudo for planejado. Utilizando o renda+ todo o principal será consumido ao fim do período de fruição de cada título. Estou correto?

  7. Olá!! Adoro os seus textos, sempre muito claros, com informação de qualidade e sem conflito de interesses.
    A partir desse ano adotei o Renda + na minha carteira de investimentos como complementação da aposentadoria (quando ela chegar). Nos meus calculos do numero de titulos que preciso para receber um determinado valor, acrescento 15%, que seria o desconto do IR no momento recebimento. Você acha que seria preciosismo?

    1. Você está corretíssima. Lembrando que o IR incidirá também sobre o IPCA e não só sobre o cupom. Portanto, deverá ter uma boa margem porque são prazos longuíssimos e não temos como estimar a inflação pra tão longe.
      Imagine um cenário catastrófico de hiperinflação de 100% ao ano (já passamos por isso várias vezes).
      Supondo que você esteja “travada” a IPCA+7,0%. Vai receber (100%+7%)*0,85 = 90,95%, ou seja, 9% a menos que a inflação! Esse é um cenário que ninguém deseja, mas são os riscos de durations tão longas E títulos tributados.
      Se ao menos fosse um título isento de IR, você receberia 7% acima da inflação, mesmo que isso representasse um ganho pequeno.

      1. Essa sua conta está errada! O pagamento do imposto acontece só no recebimento da renda (e não todo ano como vc calculou!).

        O risco de um cenário de hiperinflação comer toda sua rentabilidade real é um risco de duration CURTA! Duration longa, umas das grandes vantagens, é justamente eliminar esse risco!

        1. Perdão. Da forma simplista como coloquei fiz parecer que o IR é anual, mas a ideia não era essa, mas que o IR também incidirá sobre o IPCA e isso pode fazer diferença pra quem trabalhar com margens menores. Numa hiperinflação, já que essas durations são tão longas, o efeito dos juros compostos vai ajudar a proteger o capital com mais eficiência mesmo.
          O que me incomoda não é o IR sobre o cupom mas o IR sobre o IPCA.
          O alvo da discussão é a proteção do patrimônio do efeito da inflação. Sem discutir agora o risco-país em seus diversos aspectos já citados.
          Mas pagar IR sobre a correção do IPCA exige prêmios maiores para essa compensação, se a ideia é a taxa de retorno sobre a inflação. Maravilhoso seria se o IR incidisse apenas sobre o cupom.

    2. Oi Roberta!
      Acho legal adicionar sim os 15% do IR, mas pode ser preciosismo sim.
      No final das contas, essa margem adicional de segurança pra renda na IF está muito mais relacionada ao nosso psicológico (prefere aposentar antes? ou topa trabalhar mais um pouco pra ter essa segurança?).

      E por favor, ignore as contas do Leandro que respondeu ao seu comentário, rs, a conta não é do jeito que ele fez!

      1. Esse cara veio aqui só pra espalhar pânico com teoria da conspiração e tumultuar, hein. Precisa melhorar, Leandro Gualberto. Muito. Tá feio.

        1. Elabore mais, amigo.
          Não é pânico nem teoria de conspiração. É análise de risco.
          Para isso é necessário colocar-se no pior cenário. Afinal, estamos falando de aposentadoria.

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